A obesidade vem aumentando consideravelmente em nossa sociedade e tem sido avaliada como um dos grandes problemas de saúde pública, pois traz graves consequências clínicas ao indivíduo. Da mesma forma, traz profundas perturbações emocionais decorrentes (também) de questões sociais.
As consequências sociais são inúmeras: o obeso é tratado com desprezo e hostilidade, pois há uma grande pressão pública que valoriza um padrão de beleza muito difícil de ser alcançado. Deste modo, a pessoa com excesso de peso sofre uma grande coação psicológica que a leva a sofrer de perturbações típicas da obesidade, como transtornos de imagem corporal, considerando-se deformados, grotescos e repugnantes. A ansiedade, muito presente nos tempos atuais, associada à tendência à satisfação imediata dos nossos sentidos, contribui para que algumas pessoas compensem seus anseios ou suas frustrações na alimentação.
A Terapia Cognitivo-Comportamental, aliada a um plano alimentar, tem sido a forma de intervenção psicoterápica mais utilizada nos centros especializados em transtornos alimentares. Os últimos estudos realizados com obesos têm indicado que estas pessoas possuem cognição focada em comida/peso em graus mais elevados do que indivíduos com peso normal. Desta forma, tratamentos para obesidade devem buscar modificação de pensamentos durante a alimentação para que se modifiquem comportamentos de superalimentação.
É evidente a importância de um atendimento multidiciplinar destes pacientes, pois é fundamental entender a relação (cognitivo/emocional) que a pessoa estabelece com a comida e poder orientar na mudança e estabelecimento de novos hábitos alimentares. Acompanhamento psicológico, nutricional e físico são os pilares ideais para uma mudança saudável e definitiva.