Maconha ou Boaconha

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Recentemente temos nos deparado com notícias sobre a liberação do uso de maconha em vários países (ou parte deles). Acompanhando esse movimento, no Brasil, de tempos em tempos, alguns grupos têm-se mobilizado para reivindicar que uso da maconha seja liberado. Amparados pelos benefícios comprovados na redução dos efeitos colaterais dos tratamentos de quimioterapia (como náuseas) e nos tratamentos com doenças neurológicas (como esclerose múltipla e epilepsia), surge o questionamento: A maconha é boa?

Ao se analisar os estudos que demonstram resultados benéficos do uso da maconha, percebe-se que estes estudos carecem de rigor metodológico que amparem o argumento. Apesar de que estes benefícios são evidenciados na prática clínica. Por outro lado, cada vez mais têm-se encontrado comprovações de que o uso de maconha traz prejuízos aos seus usuários, sejam eles dependentes ou usuários recreacionais. Apesar disto, a percepção sobre o risco do uso de maconha parece distorcida, uma vez que o consumo desta substância vem aumentando e sendo socialmente mais aceita.

As pesquisas nesta área vêm evidenciando cada vez mais os prejuízos para saúde. Um estudo de 2012, realizado pela UNIFESP, evidenciou que os prejuízos relacionados ao uso de maconha podem ser irreversíveis. Os prejuízos incluem questões de saúde, como aumentar a chance dos usuários apresentarem transtornos mentais e respiratórios e questões de prejuízo funcional, como salários mais baixos, escores reduzidos em testes de inteligência e insatisfação com vida.

Com isso, salienta-se a necessidade de se discutir sobre o papel da sociedade nesta polêmica. Qual a percepção da sociedade sobre os riscos e benefícios do uso de maconha? Esta discussão inclui os grupos de pessoas que se beneficiam do uso? Os vulneráveis a desenvolver transtornos mentais estão sendo considerados ou protegidos nesta polêmica?

Certamente esta é uma questão de saúde pública, mas a sociedade precisa tratar deste assunto analisando todos os aspectos que envolvem esta polêmica sem negligenciar nenhum detalhe, independente de liberação ou não do uso. Todos os aspectos devem ser considerados. Não se trata de apenas da avaliação individual sobre os riscos e benefícios do uso de maconha, mas também sobre a responsabilidade social que envolve assumir uma posição sobre a liberação do uso de maconha.

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